alguns lugares que haviam sido abandonados pelas suas antigas populações foram depois re-ocupados pela população que lhe deu o nome actual. deles restavam apenas muros e paredes, ruínas de um tempo e de um viver sumidos na voracidade da História. só a Toponímia lhes assegura a imortalidade, ainda que sem conteúdo nem sentido. estes topónimos são frequentes na Galiza e em Portugal.
vale a pena assinalar aqui o que se passa com as chamadas aldeias serranas da Lousã, de Góis, de Arganil e Pampilhosa da Serra. estas aldeias foram quase cem por cento abandonadas pela sua população, que migrou para Lisboa, para outros Estados da União Europeia, para a Suíça, eventualmente para o Brasil. vieram pessoas do Norte da Europa, cansados da sociedade da abundância, para empreenderem um regresso à natureza, à agricultura manual de subsistência, à luz das velas. mas estas aldeias não mudaram de nome. na realidade, ainda não estavam totalmente abandonadas e o seu nome salvou-se. o mesmo não aconteceu com a sua alma. a cultura, agora, ainda que de "regresso à natureza", é totalmente outra, com o seu ar hippie démodé.
Pardelhas (Pt. e Gz.) (diminut. plur. de "Parede": paredelhas)
Pardieira
Pardieirinho
Pardieirinhos
Pardieiro (de paredeiro)
Pardilhão
Pardilhó (diminut. de pardelha)
Paredão
Parede (Pt. e Gz.)
Paredes (Pt. e Gz.)
Paredes da Beira
Paredes de Coura
Paredes do Bairro
Paredes Secas
Paredinha (diminut. mais recente)
Paredinhas
Sabe ,meu amigo,isto não tem muito com Toponímia,mas parece que os próprios portugueses não tem noção do tamanho da colônia portuguesa no Brasil.De1900 até ai por 1970,quando a economia capotou com o choque do petroleo,não foram poucos nem eventuais os que vieram.Talvez a censura à imprensa da época tenha feito este estrago.
ResponderExcluiré evidente que você tem toda a razão. no entanto, este fazer de conta que o Brasil não existe(e, como pormenor apenas, a colonia portuguesa no Brasil também) é uma atitude recente. há algo de sobranceria nisso, uma sobranceria que traduz um medo. um medo que se manifesta também em relação à Galiza. eu penso que a integração na União Europeia tem algo que ver com isso. tornámo-nos pequeninos por comparação com todo esse mundo por aí fora. e por isso estamos com medo de perder a nossa identidade.
ResponderExcluirpor mim faço o que posso para lembrar quem é a nossa família de língua e de cultura. será bom não esquecê-la. aí, sim, está o perigo, se a esquecermos. a Toponímia é só uma prova de que a família existe, não adianta esquecê-la.você bateu no ponto.