apresentado por Jolorib, depressa o blogue de Manuel Anastácio se me tornou de leitura regular. e dou hoje de caras com esta postada especial: "Pormenores: Suásticas Castrejas da Citânia de Briteiros". onde se fala tamém dessas construções enigmáticas como a que a foto nos mostra.
tema que me movimenta os miolos há uns anitos bons, levou a fazer-lhe um comentário em primeira mão.
reproduzo-o aqui, com algumas revisões e correções. a foto é do blogue d'A Condição Humana.
tenho reparado, aqui e ali, na presença dessas construções castrejas, de que a de Briteiros, por força das minhas origens, é necessariamente a primeira.
porém está descontextualizada, por falta de continuidade histórica até hoje. e, sendo assim, fica à mercê da imaginação dos arqueólogos.
sem mencionar mais, lembro a pequena capela que existe nas Termas de S. Pedro do Sul, junto ao complexo balneo-religioso romano.
é uma capelinha minúscula feita sobre ruínas de pequenos templos anteriores - garantia de uma continuidade no tempo, no lugar e na função.
a construção mais antiga está representada por várias pedras, uma delas embutida naquilo que agora constitui a cabeceira exterior(*) da capela. à qual não há como roubar-lhe a sua proveniência castreja nem lhe negar o paralelo com Briteiros.
a questão é esta: os castros são povoados, vivia neles gente, famílias, clãs, talvez uma tribo inteira. a que corresponde uma religião, um culto, uma crença, uma cosmogonia, uma visão do mundo. os trísceles e suásticas são um aspecto simbólico dessa religião ou dessa cosmogonia. a minha escolha do tríscele como emblema do blogue tem que ver com isso.
mas onde tinham os castrejos os seus rituais, os seus marca-passos sezonais, as suas cerimonias que os re-ligasse, a sua relação formal com o divino? onde estão, simplesmente, os templos castrejos?
a mim nunca ninguém me falou neles, nem de boca nem de livro.
mas eu penso que estão precisamente aí, nessas capelinhas minúsculas, ao fundo dos povoados castrejos, perto de linhas de água.
fogo, fumo, fuligem, tochas, velas nos templos, queima de incenso? em quais é que não há? serão, só por isso, fornos crematórios?
lugar de cerimónias de iniciação e de outros rituais? que templos o não são?
são pequenos? não são ainda mais pequenos os sacrários e os nichos das religiões de hoje?
..........................................
(*) existe uma tendência regular para que a parte exterior das cabeceiras das igrejas e capelas cristãs exiba a forma de culto, ou de invocação religiosa, mais antiga do local. quem quiser comprová-lo vá, por exemplo, ao exterior da cabeceira da sé de Braga. aí se depara com o nicho da Senhora do Leite, a invocação da Mãe Terra por excelência (depois Ísis, depois Santa Maria) .
e querem saber? nas escavações levadas a cabo na Sé apareceu a imagem de Ísis, culto equivalente trazido por soldados orientais integrados no exército de Roma. e a invocação actual da sé: Santa Maria!
tema que me movimenta os miolos há uns anitos bons, levou a fazer-lhe um comentário em primeira mão.
reproduzo-o aqui, com algumas revisões e correções. a foto é do blogue d'A Condição Humana.
tenho reparado, aqui e ali, na presença dessas construções castrejas, de que a de Briteiros, por força das minhas origens, é necessariamente a primeira.
porém está descontextualizada, por falta de continuidade histórica até hoje. e, sendo assim, fica à mercê da imaginação dos arqueólogos.
sem mencionar mais, lembro a pequena capela que existe nas Termas de S. Pedro do Sul, junto ao complexo balneo-religioso romano.
é uma capelinha minúscula feita sobre ruínas de pequenos templos anteriores - garantia de uma continuidade no tempo, no lugar e na função.
a construção mais antiga está representada por várias pedras, uma delas embutida naquilo que agora constitui a cabeceira exterior(*) da capela. à qual não há como roubar-lhe a sua proveniência castreja nem lhe negar o paralelo com Briteiros.
a questão é esta: os castros são povoados, vivia neles gente, famílias, clãs, talvez uma tribo inteira. a que corresponde uma religião, um culto, uma crença, uma cosmogonia, uma visão do mundo. os trísceles e suásticas são um aspecto simbólico dessa religião ou dessa cosmogonia. a minha escolha do tríscele como emblema do blogue tem que ver com isso.
mas onde tinham os castrejos os seus rituais, os seus marca-passos sezonais, as suas cerimonias que os re-ligasse, a sua relação formal com o divino? onde estão, simplesmente, os templos castrejos?
a mim nunca ninguém me falou neles, nem de boca nem de livro.
mas eu penso que estão precisamente aí, nessas capelinhas minúsculas, ao fundo dos povoados castrejos, perto de linhas de água.
fogo, fumo, fuligem, tochas, velas nos templos, queima de incenso? em quais é que não há? serão, só por isso, fornos crematórios?
lugar de cerimónias de iniciação e de outros rituais? que templos o não são?
são pequenos? não são ainda mais pequenos os sacrários e os nichos das religiões de hoje?
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(*) existe uma tendência regular para que a parte exterior das cabeceiras das igrejas e capelas cristãs exiba a forma de culto, ou de invocação religiosa, mais antiga do local. quem quiser comprová-lo vá, por exemplo, ao exterior da cabeceira da sé de Braga. aí se depara com o nicho da Senhora do Leite, a invocação da Mãe Terra por excelência (depois Ísis, depois Santa Maria) .
e querem saber? nas escavações levadas a cabo na Sé apareceu a imagem de Ísis, culto equivalente trazido por soldados orientais integrados no exército de Roma. e a invocação actual da sé: Santa Maria!
2 comentários:
Comentei lá no Manuel.
Obrigado pela referência. ;) Abraço grande.
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