terça-feira, 28 de novembro de 2006

O "Megalitismo" por Detrás da Toponímia


notável civilização das regiões ribeirinhas do atlântico europeu, o Megalitismo foi uma civilização do Mar. desenvolveu-se na faixa atlântica peninsular ocidental, correspondendo com bastante exatidão à faixa de distribuição dos falares galego-portugueses, e também na Bretanha francesa, na Irlanda e no Sudoeste da Inglaterra.
sem vestígios de um sistema de transmissão escrita das suas bases conceptuais, podemos ver, no entanto, pelos restos descarnados dos seus singulares monumentos, uma conceção do mundo profundamente bipolar. à aparente soturnidade uterina das antas, que tem levado até a confundi-las com monumentos funerários, contrapõe-se o ar festivo e descaradamente erótico dos menires e cromeleques.
está no cerne das lendas de Compostela e de outros santuários de "finisterrae", como Locmariaquer (Fr.) e Stonehenge (Ing.)
os topónimos que se referem aos vestígios físicos dessa civilização atlântida são eles mesmos vestígios arqueológicos de uma poderosa resistência ao passo dos milénios, já que muitos sobreviveram à própria destruição dos monumentos a que dizem respeito. "Antas" e "Perafitas" perpetuam, em muitos casos, a memória de vestígios megalíticos desaparecidos na voragem do tempo ou pela destruição conduzida por civilizações menores que lhe sucederam. mas não nos devemos precipitar. estes nomes, ou topónimos, são interpretações ou apenas descrições que povos e línguas muito posteriores fizeram desses vestígios. consequentemente, ao chamarmos "anta", "arca", "mesa", "mamoa", "mámoa", "pedra erecta" ("perafita", "pedrafita"), "redondo", "redonda", e assim por diante, descrevemos vagamente a sua forma ou distribuição no lugar sem acrescentarmos nada sobre a sua função. no entanto, o conjunto de lendas que persistem à sua volta, o esforço inimaginável que a sua construção aparentemente tosca representou e a cristianização superficial que sofreram na época de S. Martinho e seus discípulos apontam, de forma insofismável, para uma função religiosa de hierarquia superior. quero dizer: uma forma muito elaborada de humanização do mistério da vida


Almodôvar - topónimo árabe que significa "O Redondo". ver "Redondo"

Anta (Pt. e Gz.) -
Anta do Gago -
Antas -
Antela (Pt. e Gz.) - diminutivo de Anta
Antes -
Arca -
Arcã -
Arcacha
Arcela - diminutivo de Arca
Arcelas -
Casa de Mouros -
Casarota -
Casota -
Castro Modorrão -
Fornela -
Forno dos Mouros -
Madorna -
Madorno -
Madorra (Pt. e Gz.) -
Madorras (Gz.) -
Madorro -
Mamarrosa
Mámoa (Gz.) -
Mamôa -
Mamodeiro
Mamoela (Pt. e Gz.) - diminutivo de Mamoa"
Mamola -
Meda -
Meda de Mouros -
Medas -
Medela (Pt. e Gz.) -
Medelinha -
Medolas -
Medorra (Gz.) - ver "Madorra"
Mesa
Mesas (Pt. e Gz.)
Mesinha
Modorra (Pt. e Gz.) - ver "Madorra"
Modorrão -
Modorrões -
Modorrones (Gz.) -
Monte d'Arca -

Mota da Cabreira - "Mota" é o nome que se dá à mamoa na Serra de Laboreiro

Mota de Meda - ver "Mota da Cabreira"
Mota Grande - ver "Mota da Cabreira"
Orca -
Paredes d'Arca -

Pedra Chantada (Gz.) - o mesmo que "pedra plantada", "pedra erguida", "pe(d)rafita"

Pedrafita (Gz.) -
Perafita -

Redonda - existe no Alentejo a igreja de Nossa Senhora da Redonda. ver "Redondo"

Redondo - traduz a ideia de um recinto redondo, de natureza sagrada.

Ribeira d'Arcas -
Portela d'Arca -

S. Brissos - discípulo de S. Martinho de Tours, dá o nome a antigos locais megalíticos. a grafia correcta seria "S. Briços" (de Britius). ver aqui

S. Martinho - é um hagiónimo muito frequente em antigos locais megalíticos. S. Martinho de Tours é tido como o apóstolo do Megalitismo.

S. Paio d' Antas -


Celtibéria remete para este post. ver aqui

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Navas, Naves e Navios

as primeiras aparências enganam.
estes topónimos não tenhem nada que ver com barcos nem com a navegação.
estão, antes, relacionados com a oronímia e derivam de uma raiz proto-indo-europeia, muito espalhada por todo o norte da Península Ibérica, França, Suíça e Itália, que significa um "lugar plano entre montanhas".
apesar da sua dispersão e antiguidade, tem poucas variações regionais e dialetais.

não se confunde com o céltico "navia"(*) - que originou hidrónimos como "Nabão", "Navia" (Gz.) e "Neiva" (ver aqui).


Portugal e Galiza:

Cabo da Nave (Gz.) - já o encontramos em postagem anterior

Chã da Nava - um dos muitos pleonasmos em que a toponímia se compraz. ao termo indígena "nave" juntou-se uma palavra latina com o mesmo significado

Nabais

Nabal - pelo menos alguns casos. ver "Napal", mais em baixo em "outras Espanhas"

Nabalhos (Gz.)
Nabeira (Gz.) - ver "Naveira"
Nava
Navalho
Navalhos (Pt. e Gz.)

Navarra (Pt.) - palavra euskera. neste caso, é topónimo de origem ou nome de aldeia povoada por gente vinda de Navarra (Es.)? não está excluída a primeira hipótese, até porque o significado, "Chã Grande", está de acordo com o local.

Navas
Nave

Nave de Haver - grafia equívoca. seria preferível "Nave Daver" ou "Navedaver". é simultaneamente um orónimo ("Nava", "Nave") e um hidrónimo ("Daver", do grupo "Douro", "Divor"). significa "chã da veiga do rio".

Nave de Santo António
Nave Fria
Naveira (Gz.)
Naveiras (Gz.)
Navelongo
Navio
Navezinha
Neve - pelo menos em alguns dos casos
Neves - pelo menos em alguns dos casos
Quinta da Nave
Ribeira das Naves
Vila Franca das Naves


outras Espanhas:

Arroyo de Navalconejo
La Navata
Nabarniz

Napal - (repare-se como o nome do pequeno reino do "Nepal" significa "...junto às montanhas", em sânscrito)

Navacerrada
Nava de Francia
Navalafuente
Navalagamella
Navalayegua
Navalcaballo
Navalcán
Navalcarnero
Navalcuervo
Navalmanzano
Navaluenga
Navalmoral
Navalmoral de Béjar
Navalmoral de la Mata
Navalsauz
Navamorisca
Navares da las Cuevas
Navarra - na realidade, em euskera, "Nafarroa" ou "Naparroa"
Navarri
Navarzato
Navas de Jadraque
Navas de Tolosa
Navata
Navatalgordo


França:

Nabas
Naves


Itália
:

Nave
Nave San Rocco
Pian Nava - um pleonasmo

Suíça:

Monti Nava

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(*) mas pode haver uma relação entre "nava"/"nave" e "navia": as "navas" ou "naves" são lugares úmidos, de junção de águas que descem dos cumes dos montes e, por isso, de nascimento de rios



domingo, 19 de novembro de 2006

Os "Judeus" na Toponímia

já falei de Judiarias, Mouriscas e Mourarias. mas não me referi ainda aos topónimos por aí espalhados que aludem a "judeus". não sei se todos, ou mesmo sequer a maioria, se referem aos filhos de Judá. do mesmo modo que Mouros e Mouras, enquanto topónimos, se não referem aos nossos vizinhos do Magreb.
é assunto para investigar com mais demora e lucidez.
de facto, estes topónimos aparecem em lugares onde é improvável a presença de populações de origem judaica. e têm uma especial predilecção por fontes, rios, vales e montes. em alguns casos, sobretudo orónimos e hidrónimos, é possível que se trate de homofonias evolutivas de palavras diferentes. noutros casos, pode tratar-se de alcunhas. já em Barcelona estranhei que o célebre Montjuich se traduzisse por "Montejudeu".
não serão "judeus" a mais?







exemplos:

Alcaria de Judeu - "alcaria" é "aldeia", em árabe. mas se esta aldeia tivesse sido realmente habitada por filhos de Judá, seria "Alcaria dos Judeus" e não "de Judeu". o mesmo se passa com "Rio de Judeu"

Alto da Judeia (Algarve, Serra do Caldeirão)
Azenha do Judeu
Chan de Xudeus (Gz.)
Corte do Judeu
Fonte Judeu Morto (Algarve, Castro Marim)

Jódar (And., Província de Jaén) - é o protótipo do grupo, quer pela sua origem linguística quer pela sua localização, numa planície cercada de montanhas

Judeu Morto
Judias

Jueus (Pt. e Gz.) - esta forma, quanto a mim, descarta a hipótese dos filhos de Judá. ver Comentºs.

Lombo da Achada do Judeu (Madeira)
Malhada do Judeu (Algarve, Tavira)
Monte da Judia
Monte Judeu

Poio do Judeu - ver Comentº. ver também este link. tendo em conta as lendas que rodeiam este "poio" (penedo), não me parece que o termo "judeu" seja pejorativo, ao contrário do que já admiti. é possível que aqui o "judeu" seja uma evolução fonética convergente de um termo pré-romano, ibérico, sjodar, que significa "uma planície no meio de montanhas". nesse sentido, seria equivalente de nava, nave, também de origem pré-romana e pré-céltica. o que estaria de acordo com a situação do "poio" na Nave de Santo António.

Porto de Judeus
Porto Judeu (Açores)
Rio de Judeu - ver "Alcaria de Judeu"
Vale das Judias
Vale do Judeu
Vale dos Judeus
Vale Judeu

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Talassotoponímia ou Toponímia Marítima


talassotoponímia refere-se aos nomes relacionados com o mar (grego thalassa: "mar"). são, pois, nomes que foram postos por quem fez do mar a sua terra e do barco a sua habitação primeira.
os marinheiros são gente dura, testada em tormentas e perigos, que sempre dependeu, ou julgou depender, dos favores e dos caprichos dos deuses. por isso, nomes e nomes de deuses e de santos foram dados a cabos, ilhas, aldeias, vilas e cidades da beira-mar.




Açores - em Portugal Continental, "Açor" e "Açores" são orónimos, nomes de serras ou lugares elevados. não haverá razão para que o nome do arquipélago tenha origem diferente. já me referi ao assunto. os milhafres e os açores ficam muito bem nas bandeiras, mas encaixam mal na Toponímia.


Abrolhos (Br.) - ver Comentº. de Jolorib
Albufeira - do árabe. significa "lago", "lagoa", "enseada estreita".
Angra - pequena enseada. praticamente o mesmo que "Calheta"
Angra do Heroísmo
Angra dos Reis (Br.)
Angrinha

Árvore - já me referi a este topónimo, a que julgo corresponder o significado de "porto"

Bahia (Br.)
Baía
Baía de Guanabara (Br.) - é um pleonasmo: "baía de baía"
Baía de Todos os Santos (Br.)
Baiona (Gz.)

Berlenga - são mais as hipóteses que as possibilidades. tal como "Estelas" e "Farilhões", cada qual na sua língua original, deverá referir-se ao carácter rochoso do pequeno arquipélago à vista de Peniche

Berlengas - ver "Berlenga"

Brasil - a tese do "pau-brasil" tem o valor que tem. já me referi ao assunto. penso tratar-se de um talassotopónimo - o que, fazendo embora mais sentido, tem, também e evidentemente, o valor que tem. na Ilha Terceira, junto à cidade de Angra do Heroísmo, existe o Monte Brasil

Buarcos - (?)
Cabedelo - diminutivo de "Cabo"
Cabo
Cabo Corrubedo (Gz.)
Cabo da Nasa (Gz.)
Cabo da Nave (Gz.)
Cabo de Estaca de Bares (Gz.)
Cabo de Home (Gz.)

Cabo de Sagres - "Sagres" reproduz a fonética meridional de "Sacros", termo com que os cartagineses designavam o Algarve e a Andaluzia

Cabo de Santa Maria (Pt. e Br.)
Cabo de São Roque (Br.)

Cabo de São Cibrão (Gz.) - também grafado "Cabo de San Cibrán". "Cibrão"/"Cibrán"/"Cibrao" são formas evolutivas de "Cipriano"

Cabo de São Vicente
Cabo Espichel

Cabo Fisterra (Gz.) - todos os cabos são finis terrae, lugares "onde a terra se acaba e o mar começa". mas uns são mais finisterra que outros. na Idade Média, os peregrinos de Compostela terminavam a sua Peregrinação em Fisterra, para assistirem à "morte do Sol"

Cabo Sardão - este nome "Sardão" está relacionado com "Sardinheira" (Gz.) e "Sardenha". já me referi a este assunto. para uma informação mais completa, ver também os Comentários

Cabo Verde

Calheta - é um diminutivo. significa uma "pequena calha" ou "angra pequena"

Cambados (Gz.) - faz parte de uma série de topónimos galegos e portugueses com base na raiz celta comb-/camb-: "curvo". refere-se a "baía"?

Catoira (Gz.) - nome pré-romano, de significado ainda obscuro. situada na Ria de Arousa, junto à desembocadura do Rio Ulha, Catoira foi até ao séc. XVI um lugar estratégico de defesa de Compostela. está muito ligada às invasões normandas dos anos 1000, de que ainda se cultiva a memória, como a realização da Romaria Víquingue.

Corcubióm (Gz.) - tamém grafado "Corcubión". do céltico "corcu" (círculo)+"beón" (lago): "baía redonda"

Costa da Morte (Gz.) - esta região de finis terrae era já conhecida por "região da morte" ou "região da desgraça" (Dutika Mere) pelos antigos gregos. é um nome duplamente merecido: num sentido, é a região onde o sol mergulha diariamente no Hades; num sentido mais literal, é uma região de naufrágios e desgraças marítimas, como o recente naufrágio do Prestige.

Coz - povoação perto de Alcobaça, o seu nome é de origem desconhecida. pode ser um talassotopónimo, se tivermos em conta que se situa no extremo interior de uma antiga ria. não sendo de admitir uma relação com a ilha grega de "Cós", como alguém aventou, já será admissível uma relação com "Côja", que, aliás, é um hidrónimo

Enseada (Pt. e Br.)
Enseadinha (Br.)

Ericeira (Pt. e Br.) - os topónimos brasileiros com este nome são transposições da Ericeira portuguesa. não conheço explicação plausível para este topónimo, que, no entanto, como "Lavadores", "Leixões", "Pedrógão", "Moel", "Peniche", "Cascais" e outros, terá que ver com o carácter pedregoso da costa.

Espanha - muito se tem tocado na corda fenícia isephanim, uma verosímil (*) mas ridícula "Ilha dos Coelhos", que não teria qualquer paralelo noutro lado. tem, porém, o mérito de atribuir um significado talassonímico a esta palavra antiquissima. sob a forma Hispania, os romanos adaptaram ao latim uma designação anterior. é possível que exista um parentesco linguístico e semântico entre "Hispania" e "Hispalis" - o antigo nome de Sevilha

Estarreja - topónimo de origem obscura. tem ressonâncias euskera, como Biarritz

Estelas - ver "Berlenga"

Faralhons (Gz.) - também grafado "Os Farallóns". são pequenas ilhotas situadas defronte do Cabo de São Cibrão, no concelho de Cervo

Farelhão - penedo alto e estreito que emerge do mar
Farilhões - ver "Farelhão"

Foz - a palavra "foz" significa boca (em inglês:mouth, como Portsmouth, Plymouth).

Ilha de Diu (Índia, antiga Índia Portuguesa) - é um pleonasmo, já que "Diu" significa "ilha"

Ilha de Sálvora (Gz.) - na boca da Ria de Arousa
Ilha de Santa Catarina (Br.)
Ilha de Santa Luzia (C.V.)
Ilha de Santa Maria
Ilha de Santiago (C. V.)
Ilha de Santo Antão (C. V.)
Ilha de São Jorge
Ilha de São Miguel
Ilha de São Nicolau (C.V.)
Ilha de São Tomé (S.T.P.)
Ilha de São Vicente (C. V.)

Ilhas Cies (Gz.) - salta à vista a semelhança com "Skye", ilha das Hébridas, Escócia

Ilhas Ons (Gz.) - esta designação parece estar relacionada com o meio aquático. não admiraria que fosse um pleonasmo, daqueles em que a toponímia é tão rica

Ilhas Sisargas (Gz.)
Ilha Terceira

Leixão - ver "Leixões"
Leixão da Cruz
Leixões - são pequenos recifes
Moel - ver "São Pedro de Moel"
Muel - ver "São Pedro de Moel"

Nazaré - a "Senhora da Nazaré" é o avatar de uma antiga deusa mediterrânica (fenícia?) protectora dos navegantes. é um culto muito difundido na costa portuguesa a sul do Cabo Mondego.

Ovar - o termo "vareiro"/"vareira", para os habitantes de Ovar e para designar a costa entre o Porto e Aveiro, bem como o termo "varina", para designar as vendedeiras de peixe, parecem indicar que "Ovar" está por "O Var".

Peniche - do céltico "pen-" (rochedo) + "iche" ( grande? muitos?). tendo em conta que Peniche foi uma ilha em tempos recentes, será a continuidade semântica e geográfica das actuais Berlengas. para os marinheiros, seria o recife maior desse conjunto. "Peniche" tem semelhanças e parentesco linguístico com "Carriche" [de "karr-" (pedra)+"iche": carregal, pedregal]

Ponta
Ponta Delgada
Ponta do Sol
Ponta Grossa (Br.)
Ponta Negra (Br.)
Pontinha
Portimão
Portinho
Porto
Porto do Som (Gz.)
Porto Novo
Porto Santo
Porto Seguro (Br.)
Praia
Praia da Vitória
Quiaios - já me referi a este assunto
Quimbres - ver "Quiaios"
Quinhendros - ver "Quiaios"
Recife

São Pedro de Moel - também grafado "São Pedro de Muel". origem pré-romana. este topónimo parece relacionado com as palavras "molhe", "mola", "moer" (moinho, moleiro, molar). em qualquer dos casos, com pedras. o local é testemunha de uma catástrofe geológica que atingiu a costa hoje portuguesa há uns bons milhões de anos, daqui até Peniche e Ericeira: o rasgão planetário que afastou a Europa da América do Norte.

Sardinheira (Gz.) - também grafada "Sardiñeira". ver post
Sines - ao que se julga, é a fonética meridional do latim sinus, "baía"
Terra Nova - que os ingleses traduziram por New Found Land


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(*) - não tão verosímil assim. para quem navega no Mediterrâneo de leste para oeste é impossível confundir a Península Ibérica com uma ilha. se os fenícios a confundiam com uma ilha, que haveriam eles de dizer da Grécia e da Itália...


sábado, 4 de novembro de 2006

Sevilha


este topónimo aparece em Portugal em transposições do nome da cidade andaluza, mas também existe uma Sevilha, em Tábua, que me parece uma designação de origem.
para deslindar a etimologia de Sevilha há que remontar a épocas anteriores ao domínio de Roma.
gregos e romanos adaptaram o vocábulo de língua desconhecida, ao qual deram a forma Hispalis. os árabes, adaptando por sua vez o topónimo já latinizado, chamaram-lhe Ixbília - de onde descende em linha directa o actual nome Sevilha.

onde não existe uma luz que nos abra caminho, há quem enxergue neste topónimo um vocábulo semita, pois que sefelah significa "chão, lugar plano", em hebraico, e safal significa "fundo, baixo", em árabe. a primeira acepção convém à Sevilha andaluza, a segunda acepção encaixa melhor na Sevilha de Tábua.
se a etimologia semita fizer vencimento, o vocábulo terá sido trazido pelos fenícios. coisa pouco ou nada impossível, dada a localização de ambas junto de velhas rotas comerciais daqueles mercadores mediterrânicos.

(uma outra hipótese é uma origem tartéssica, mas aí o topónimo fica completamente às escuras).


topónimos derivados:

Corte Sevilha
Sevilhão - significa "lugar povoado por gente oriunda de Sevilha"