os topónimos que se seguem são transposições para o Brasil de topónimos portugueses, em geral de cidades ou vilas de certa importância. significam, na maioria dos casos, que os seus fundadores seriam originários da localidade portuguesa homónima.
entre parêntesis o Estado ou Estados onde ocorrem os topónimos brasileiros
Alcobaça (Bahia)
Alenquer (Pará)
Alhandra (Paraíba)
Almeida (Minas Gerais)
Almeirim (Pará)
Alvarenga (Minas Gerais) - sobre Alvarenga portuguesa ver aqui
Amarante (Piauí)
Anadia (Alagoas)
Aveiro (Pará)
Baião (Pará)
Barcarena (Pará)
Barcelos (Amazonas)
Batalha (Alagoas) (Piauí)
Belmonte (Bahia) (Santa Catarina)
Borba (Amazonas)
Bragança (Pará)
Bragança Paulista (São Paulo) - é "Paulista" para se distinguir de "Bragança" (Pará). parece dever o seu nome à Casa Real Portuguesa e não à cidade homónima de Trás-os-Montes (Pt.)
Campo Maior (Piauí)
Cantanhede (Maranhão)
Carvalhos (Minas Gerais)
Caxias (Maranhão)
Chaves (Pará)
Coimbra (Minas Gerais)
Colares (Pará)
Crato (Ceará)
Espinho (Minas Gerais)
Extremoz (Rio Grande do Norte) - a grafia actual da cidade portuguesa é Estremoz
Faro (Pará)
Fátima (Bahia) (Tocantins)
Fundão (Espírito Santo)
Gouveia (Minas Gerais)
Granja (Ceará)
Guimarães (Maranhão)
Jerumenha (Piauí) - a grafia actual do topónimo em Portugal é Juromenha
Jurumenha (Ceará) - ver Jerumenha
Lages (Santa Catarina)
Lajes (Rio Grande do Norte)
Linhares (Espírito Santo)
Mafra (Santa Catarina)
Marialva (Paraná)
Marvão (Piauí) - actual Castelo do Piauí
Melgaço (Pará)
Miranda (Mato Grosso do Sul)
Monção (Maranhão)
Nazaré (Bahia) (Tocantins)
Óbidos (Pará)
Oeiras (Piauí) - antiga vila de Mocha
Oeiras do Pará (Pará)
Olivença (Alagoas) - Olivença, cidade portuguesa do Alentejo, encontra-se, com todo o seu concelho, sob administração espanhola desde a chamada "guerra das laranjas" (1801). a actual pressão para que o Reino Unido devolva Gibraltar a Espanha poderá ter como resultado paralelo, e de igual legitimidade histórica, a devolução de Olivença, e seu município, a Portugal. a construção da nova ponte sobre o rio Guadiana, que vem substituir, finalmente, a velha ponte arruinada de Nossa Senhora da Ajuda, será o princípio dessa (desejada?) reaproximação.
Ourém (Pará)
Paranhos (Mato Grosso do Sul)
Penalva (Maranhão)
Pinhão (Paraná) (Tocantins)
Pombal (Paraíba)
Portalegre (Rio Grande do Norte)
Portel (Pará) (Paraná)
Porto (Piauí)
Porto de Moz (Pará) - a grafia actual do topónimo português é Porto de Mós
Queluz (São Paulo)
Raposa (Maranhão)
Resende (Rio de Janeiro)
Rio Tinto (Paraíba)
Sagres (São Paulo)
Santarém (Pará) (Paraíba)
Santo António de Lisboa (Piauí) - muita gente diz "Santo António do Lisboa". mais do que apontar o erro, importa indagar a sua origem - que desconheço
São Gonçalo de Amarante (Ceará) (Rio Grande do Norte) - muita gente diz "São Gonçalo do Amarante". ver "Santo António de Lisboa"
São Paulo de Olivença (Amazonas) - ver "Olivença"
Sarzedo (Minas Gerais)
Silves (Amazonas)
Soure (Pará)
Tomar do Geru (Sergipe)
Valença (Bahia) (Piauí) (Rio de Janeiro)
Viana (Espírito Santo) (Maranhão)
Vila Flor (Rio Grande do Norte)
Viseu (Pará)
além destes casos, surgem cidades com nome antecedido de "Nova", como "Nova Fátima", por exemplo. outras vezes segue-se um qualificativo, como "Tomar do Geru"
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(*) o termo "cidade" tem conotação diferente em Portugal e no Brasil. pelo seu caráter mais genérico, utilizo aqui a acepção corrente no Brasil
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8 comentários:
No caso do Sto António de Lisboa em que é dito "do Lisboa", não poderá ser por o nome da cidade se ter transformado na alcunha do seu fundador e passar assim a ser "do Lisboa" como sendo referida à pessoa e não à cidade em si?
Ou então é mera deturpação da forma original por mais variados motivos: má interpretação da língua; baixo nível cultural e logo, pobre utilização da mesma, por parte dos habitantes locais...
se fosse assim, por que razão "o Lisboa" e "o Amarante" precisariam do Santo Antonio e do São Gonçalo?
quanto a uma possível deturpação, tamém a não compreendo, já que, sendo toponimos transpostos, pressupõem uma fundação portuguesa. além disso, o povo da Amarante portuguesa, que eu conheço bem, diz "A Amarante" (ou será "A Marante"?): "...fica n'A Amarante", etc.
ou seja, para mim, essa alteração de genero do artigo definido nesses toponimos brasileiros é um mistério.
quanto ao baixo nível cultural e à pobre utilização da língua (pelo menos em matéria de toponímia, para não ir mais longe...), temos, infelizmente, exemplos de sobra em Portugal e nas classes mais instruidas. veja-se a utilização do artigo definido masculino em "o Feijó" (que é feminino), em "Póvoa do Varzim" ou em Póvoa do Lanhoso" (que não têm género), ou a "feminização" abusiva dos topónimos terminados em "-a", como dizer "...a prova que teve lugar na pista da Lousada" ou "o acidente que ocorreu no nó da Vouzela"
Caro José Cunha,
Tentado a esclarecer o "do Lisboa", aqui em Florianópolis, entrevistei alguns moradores (mais ou menos 20) do local que usam este termo e nenhum deles deu uma explicação sensata. A maioria diz que repete como ouviu desde criança.
Posso concordar com Nóbrega ao afirmar que se trata de deturpação da forma original, visto que nunca habitou na região algum Senhor Lisboa.
Claro que estou falando do bairro Santo Antonio de Lisboa, aqui em Florianópolis.
Um grande abraço ao mestre.
Conheça Soure de Portugal.
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Mazagao
Paremiologia galaico- portuguesa
Sou do Piauí (descendente orgulhoso de portugueses) e acredito que sei o motivo da deturpação dos nomes. Durante o período colonial, repetiam-se com freqüência os nomes das cidades, vilarejos e localidades. Geralmente, o vilarejo recebia o nome de seu fundador, ou, no decorrer da sua história, de algum morador ilustre. A esse nome, devido às superstições religiosas, somava-se o nome de algum santo (prática ainda muito recorrente). Com o tempo, o nome do Santo sobrepunha-se ao do fundador, que acabava sendo utilizado apenas como diferencial. Então, Santo Antônio ‘de’ Lisboa acabava por se tornar Santo Antônio ‘do’ Lisboa (referindo-se ao sobrenome do fundador ou morador ilustre). Meus antepassados, por exemplo, fundaram alguns vilarejos no período colonial. Lugares como Benedito Leite (que permaneceu com o nome original) e Baixão dos Ribeiro, entre outros.
Além disso, muitos galegos também vieram colonizar o Piauí. Dessa maneira, determinadas expressões que diferem do português luso foram assimiladas, sendo utilizadas ainda hoje em vários lugares. Como o nordeste é a região mais antiga do Brasil, também sofremos influências francesas, inglesas e holandesas; o que originou novos dialetos. Descobri há pouco tempo que aqui há localidades que foram fundadas por Irlandeses e fiquei bobo com a notícia. Mas isso é só um exemplo do quão variada foi a nossa colonização, mesmo sendo comandada pela coroa portuguesa. Esses ‘invasores’ costumavam fraudar seus documentos, passando-se por portugueses, para viver no Brasil sem sofrer perseguições. Principalmente os judeus que fugiam da ICAR.
Não podemos nos esquecer, também, que muitas expressões brasileiras que causam estranheza aos portugueses têm origem no português arcaico, tendo caído em desuso em Portugal, mas sendo reconhecidas pelos galegos.
Ah, essa lista de homônimos ainda está muito pequena. Há milhares de outras cidades e vilarejos com nomes similares aos de cidades portuguesas.
E, com relação à baixa escolaridade... Bom, devo ser sincero. Sim, em determinadas regiões a escolaridade é realmente baixa. Mas essa é uma realidade que já está mudando.
Por fim, envio um grande abraço aos irmãos portugueses.
http://webcarta.net/carta/geo.php?r=81&lg=pt
Observação: A cidade de Coimbra, em Minas Gerais, não tem seu nome diretamente em homenagem à cidade portuguesa homônima, mas sim a Manoel Coimbra, português, primeiro morador da cidade e benfeitor, porém seu sobrenome, provavelmente tem origem na cidade portuguesa de Coimbra ou o fundador deve ter sido proveniente dessa cidade.
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